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Você sabe o que é um ressincronizador cardíaco? Entenda tudo sobre!

O ressincronizador cardíaco é um dispositivo implantado para restabelecer a função do coração. Sua finalidade é melhorar a eficiência das contrações do músculo cardíaco e garantir um bombeamento de sangue adequado.

Se você tem histórico de doenças cardíacas na sua família, suspeita de arritmia ou até sintomas como dores no peito e dores de cabeça frequentes, vale a pena informar-se sobre essa alternativa de tratamento e procurar um médico para obter as devidas recomendações.

Para te ajudar a compreender o assunto, preparamos esse conteúdo explicando o que é um ressincronizador cardíaco, indicações do aparelho, as particularidades do implante e seus principais benefícios. 

Acompanhe!

Ressincronizador cardíaco

O que é um ressincronizador cardíaco e como ele funciona?

O ressincronizador cardíaco é um dispositivo eletrônico utilizado na terapia de ressincronização cardíaca, conhecida pela sigla TRC. Ele é um tipo especial de marcapasso (TRC-P), mas que também pode ter incorporado o desfibrilador implantável (TRC-D).
Entre suas funções, o ressincronizador  consegue monitorar o ritmo do coração, detectar eventuais irregularidades e corrigi-las por meio de impulsos elétricos.
Como citamos, o objetivo do seu uso é restaurar a correta função cardíaca. Ele devolve a eficiência das contrações do músculo cardíaco através da ressincronização das atividades elétricas dos lados direito e esquerdo do coração, garantindo assim o bombeamento adequado de sangue. 
Sendo assim, para o implante de ressincronizador cardíaco, são utilizados vários eletrodos para estimular o coração em mais de um ponto.  
De uma maneira geral, os eletrodos atuam na estimulação simultânea ou com intervalos programáveis dos ventrículos esquerdo e direito. O objetivo é assegurar que ambos consigam bater de maneira coordenada e mais sincronizada, o que resulta em uma contração (batimento cardíaco) mais forte, efetiva e com menor consumo de energia pelo músculo cardíaco.

Assim como o cardiodesfibrilador implantável (CDI), o TRC-D ressincroniza a atividade dos lados direito e esquerdo do coração e é capaz de interromper a taquicardia e a fibrilação ventricular. Nesse sentido, ambos os dispositivos médicos para arritmia cardíaca servem à terapia de estimulação, evitando o risco de morte.

Ressincronizador cardíaco

Para quais pacientes é indicada a terapia de ressincronização cardíaca? 

A terapia de ressincronização cardíaca é indicada para pacientes com insuficiência cardíaca de difícil controle clínico e medicamentoso. 
Mas que casos são esses? São aqueles em que a terapia realizada com medicamentos não surte o efeito esperado. Por consequência, o paciente continua apresentando sintomas relevantes, bem como limitações e necessidade de reinternações oriundas dos batimentos cardíacos enfraquecidos e suas consequências, como arritmias perigosas.
Assim, o implante deve ser realizado quando:

  • O paciente tenha um grave comprometimento da função cardíaca, identificada via eletrocardiograma, ecocardiograma e outros exames;
  • Faltam opções cirúrgicas como a possibilidade de pontes de safenas ou correções nas válvulas, ou intervenções invasivas, como o desbloqueio de artérias através do implante de “stents” por cateterismo.

Como é o procedimento para o implante do ressincronizador? 

Para implantar o ressincronizador cardíaco, a cirurgia é feita com sedação e anestesia local. Assim, o paciente não sente dores e dorme durante todo o procedimento. 

Todo o processo pode durar de duas a três horas. Geralmente, o aparelho é implantado na região torácica esquerda, abaixo da clavícula. Isso é feito por meio de uma pequena incisão e confecção de uma “bolsa” entre a pele e o tecido acima do músculo para a colocação do dispositivo.  

Com apoio de um aparelho de Raios-x em tempo real, os eletrodos são posicionados dentro do coração por meio de veias, que desembocam no coração.  

Normalmente, o eletrodo do ventrículo esquerdo é guiado por uma veia cardíaca que chega pelo lado direito do coração (seio coronariano), permitindo acesso à parede do ventrículo esquerdo. Entretanto, isso não é possível em algumas situações, por conta da falta de ramos ou da dificuldade de acesso.

Nessas situações, pode ser necessário proceder com o implante de um eletrodo chamado epicárdico, através de uma cirurgia cardíaca minimamente invasiva, com a realização de uma pequena abertura na parede do tórax, do lado esquerdo. Nesse procedimento, um eletrodo especial é ligado ao músculo cardíaco pela parte externa do coração.  

É necessário acompanhamento pós-operatório?

Todo paciente submetido ao implante de marcapasso ressincronizador precisa realizar acompanhamentos regulares com o cardiologista pelo resto da vida. 
A cada consulta, o dispositivo é avaliado por meio de computadores de programação. Essa avaliação visa garantir o melhor aproveitamento possível do aparelho. Além disso, o objetivo é identificar e corrigir eventuais problemas no seu funcionamento.

O monitoramento contínuo também visa determinar qual é o melhor período para realizar a troca do gerador. Afinal, a bateria não dura para sempre.

De maneira geral, a primeira avaliação do ressincronizador cardíaco é feita em até  trinta dias após a cirurgia. Já as avaliações posteriores são geralmente realizadas a cada seis meses. De acordo com cada caso, o cardiologista responsável pode também solicitar exame de ecocardiograma periodicamente. Isso porque esse tipo de ultrassom cardíaco permite um ajuste mais preciso dos parâmetros do marcapasso, assegurando um melhor funcionamento do coração.  

Existem riscos associados ao ressincronizador?

Pacientes com insuficiência cardíaca, na terapia de ressincronização cardíaca, também precisam estar cientes sobre possíveis riscos. Como em todas as cirurgias que envolvem implantes, os principais incluem a possibilidade de infecção no local da cirurgia e/ou sensibilidade ao material do dispositivo.

Outros riscos específicos podem se manifestar de acordo com cada caso. Por isso, é importante conversar com o médico de sua confiança para saber exatamente qual dispositivo é indicado para a sua situação.

Após receber o implante, também podem existir certas limitações ligadas à radiação magnética e eletromagnética. Isso diz respeito ao uso de certas ferramentas e aparelhos, como smartphones, detectores de metais em bancos e aeroportos, entre outros.

Vale ressaltar que esse tipo de limitação é mínima ou inexistente no uso de modelos de ressincronizador cardíaco mais modernos. Contudo, reforçamos a importância de informar-se com o seu cardiologista.

ressincronizador cardíaco

Quais os principais benefícios desse dispositivo?

Os resultados do ressincronizador cardíaco podem ser imediatos e tardios. Enquanto alguns pacientes sentem melhoras significativas já nos primeiros dias de implante, outros as notam apenas depois de algumas semanas ou meses.

A ação contínua do dispositivo a cada batimento do coração, somada às medicações indicadas pelo médico, promove a ação do chamado “remodelamento reverso”. 

Ela consiste no retorno à forma e função cardíaca normais por meio de um restabelecimento gradual da geometria e força adequada das contrações do músculo cardíaco, que, na vigência de insuficiência cardíaca, são assimétricas e fracas. Quanto mais o paciente cuidar-se e seguir as orientações médicas, mais precoce será a melhoria dos sintomas.

É por tudo isso que o implante do ressincronizador cardíaco proporciona uma diminuição importante dos sintomas de insuficiência cardíaca. Além disso, ele melhora a função do coração, diminui o número de hospitalizações e minimiza as chances de mortalidade.
Geralmente, é possível retomar a prática de exercícios físicos, as atividades do dia a dia e a qualidade de vida em sua totalidade.

Em geral, esse tipo de marcapasso permite que o paciente tenha uma vida normal, livre das limitações geradas pela insuficiência cardíaca. Entretanto, só o médico responsável poderá informar as possibilidades e limitações cotidianas para cada indivíduo.

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